
Janelas do meu quarto...
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é (E se soubessem quem é, o que saberiam?).
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente...
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos...
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa...
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres...
Com a morte a por umidade nas paredes e cabelos brancos nos homens...
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.
Tabacaria - Álvaro de Campos